Eros

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& Psiquê

Meus livros (lidos, lendo, querendo ler), meus projetos inacabados, meus bordados perdidos, minhas poesias, meus amigos poetas, minhas coisas, meus espinhos. Se não gosta de espinhos, não toque! Se quiser tocar, leia-me no Recanto das letras - Yuna.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Eros e Psiquê - Fernando Pessoa








Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
 

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.

A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.



Fernando Pessoa


terça-feira, 16 de março de 2010

E.A.C.


Portas se fecham... é a noite!
A hora em que o mundo descansa
E minh’alma canta.. é a noite!
É hora de fechar os olhos
Sonhar um dia diferente... é a noite!

           Pareço cair,
           O sonho é passageiro; terei pouco tempo!
           Uma utopia, irrealidade.
           Mergulhar na profundeza da alma
           Vasculhar o impenetrável inconsciente!
           E descobrir: Será que sou a Única de minha espécie?
           Não, deve haver alguém igual a mim,
           Eu não canto sozinha à noite!

           Viajar, vagar,
           Comungar com a humanidade
           A feliz descoberta do mistério da vida.

           De repente nada parece fazer mais sentido!
           Questionamentos surgem do inesperado
           “Ah! Mundo, mundo, vasto mundo”¹
           Não me chamam de rima, nem de solução.

           Idéias torpes,
           Ideais estranhos!
           TUDO é um emaranhado de muita coisa
           Mas mesmo assim
           Parece pequeno o suficiente
           Para caber em minhas mãos,
           Em meus braços, ao meu lado;
           TUDO é apenas uma parte do todo que eu preciso.

           E de que eu preciso?
           De companhia para uma noite,
           Para um dia, uma vida?
           Uma vida passa muito rápido,
           Cem vidas passariam muito rápido para mim!
           “E a morte, me espera em algum lugar, oculta
           E eu não tenho medo de ir ao seu inesperado encontro”.²

           E quando a vida se for
           Continuarei cantando... é a noite!
           E não estarei sozinha,
           Em cima dos telhados alguém mais canta
           E embaixo da lua ainda sobreviveremos.
           E eu não serei apenas alguém sem lógica
           Porque minha lógica cantada
           Será ouvida em várias vozes
           Por diferentes idiomas, países e continentes.

           E serei capaz de flutuar,
           Verei o mundo com os olhos de uma criança
           E a dor será apenas uma despedida
           Uma lembrança de que além da vida
           Existem outras vidas
           E de que não é preciso sair desse plano para conhecê-las.

           E quando todos forem capazes de ver o que vejo
           Não existirá mais rotina
           E as portas se abrirão à noite
           E o sonho não terá mais pressa!
           Porque seremos humanos
           E não simplesmente fingiremos sê-lo.

           E poderemos dizer
           Que a vida realmente passa rápido,
           Porque teremos aproveitado cada segundo;
           E que cem vidas passariam rápido
           Porque a força da descoberta
           Seria nossa nova razão para viver.

As portas se abrem... é o dia!
É a hora em que o mundo acorda
E minha alma silencia... é o dia!
É a hora de abrir os olhos
Realizar mais uma rotina.... é o dia!

Agora vejo, não saí de minha cama
O sonho foi apenas E. A. C.
Excesso de Atividade Cerebral.
E toda a minha certeza
Transforma-se em confusão.
Deixou de ser utopia,
Mas não chegou a ser realidade.
E.A.C. Tudo o que eu vi, tudo o que vivi:
Vagar pela alma humana, pelos céus e pelo infinito.
Uma mistura de sentimentos
Uma busca de explicações.

Eu tenho apenas uma explicação para a vida:
Somos apenas seres, querendo ser
HUMANOS.

Citações:
¹ Carlos Drummond (Poema de Sete Faces)
² Vinícius de Morais (Conto: Pedro, Meu filho)

UNEB - Dez – 2002
Sabrina Souza Miranda
Sabrina Taury

Recital de poesia na FASB!




Ontem aconteceu um pequeno evento na Faculdade, em homenagem ao dia da Poesia. Fui convidada pelo coordenado do meu curso, professor Rodney a participar. Fiquei receosa de início, pensei em declamar algum grande poeta, depois deixei meu ego falar só um pouquinho mais alto e decidi ler uma de minhas poesias. Já que tenho a audácia de me dizer poeta e assinar meus e-mails com minha página no Recanto das Letras, então porque não.

Li o poema E.A.C.

Acho que não passei vergonha... recebi até aplausos (ou será que foi só por educação???). Para aliviar a ansiedade, narrei minha poesia de pés no chão... (acho que o meu nervosismo escapa pela sola dos meus pés), acompanhada pelo grupo musical Carimbo Sonoro, formado por alunos e professores da FASB. Foi um Pequeno Grande Evento. Um daqueles que faria questão de participar todos os dias. Um recital de gente grande, acompanhado de algumas crianças pequenas (falar em público é uma benção que não acompanha todos, rsss).

Recebi elogios... Pediram-me que enviasse a minha poesia para ser postada no site da faculdade. Ainda não está on-line,... mas deve ser postada em breve.


MAIS NOTÍCIAS NO PRÓXIMO NOTICIÁRIO!!!

O Tempo e a Saudade



Saudade e o tempo eram um...

Felizes e amantes,

Porém Hades não gostou

Tratou de separar os dois...


Saudade até hoje procura tempo,

Mas o tempo continua morrendo por saudade...

                                                     POR EROS

domingo, 14 de março de 2010

Sobre o tempo



É uma sentença engraçada... um SE lógico e ilógico ao mesmo tempo...

Quanto mais corremos atrás do  tempo, mais ficamos sem ele...

Sem tempo para os amigos

Sem tempo para as poesias

Sem tempo para a realização dos planos...

E são tantos planos

E tantos objetivos não cumpridos

Tantos e-mails não enviados

Tantas mensagens não respondidas



Será que existe uma fórmula para administrar o tempo?

Há um meio de fazer o tempo que eu levo esperando doer menos??